quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Brasileiro será executado neste sábado na Indonésia, diz jornal.

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia em 2004 por tráfico de cocaína, será executado no próximo sábado (17), segundo o jornal australiano “The Sydney Morning Herald”. A Indonésia negou todos os pedidos de clemência feitos pela defesa do brasileiro para que ele evitasse a execução. A data foi divulgada nesta quarta-feira (14). Caso a pena de morte seja cumprida neste sábado, Moreira será o primeiro estrangeiro a ser executado na Indonésia em 2015. O Itamaraty informou apenas que continua mobilizado e acompanha o caso, avaliando “todas as possibilidades de ação ainda abertas”. O governo brasileiro afirmou que não dará detalhes sobre as decisões tomadas. De acordo com o jornal, ele foi transferido para uma cela isolada na prisão de Besi na noite da quarta-feira (14), após a data de sua pena ser marcada. Outras cinco pessoas também devem ser executadas por um pelotão de fuzilamento nas próximas 72 horas. O advogado de Moreira, Utomo Karim, esteve com ele nesta quarta e o visitou na cela de isolamento. Ele disse à Fairfax Media, dona do “The Sydney Morning Herald”, que o brasileiro está em estado de choque, triste e com medo. Instrutor de voo, Moreira foi preso ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta em 2003. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas foi preso duas semanas depois. O advogado Karim contou que seu cliente conversou com funcionários do setor consular brasileiro na última noite. Moreira disse que não quer morrer e pediu ao governo brasileiro que faça tudo o que puder para evitar sua execução. Ainda de acordo com o jornal, o advogado afirmou que o governo brasileiro enviou uma carta à Indonésia pedindo que Moreira fosse extraditado e cumprisse pena no Brasil. Entretanto, o condenado já havia sido transferido para a prisão onde está isolado, e não havia mais tempo para manobras legais. O defensor também contou que Moreira ficou apavorado ao ser transferido de prisão e achou que já seria executado na noite de quarta-feira. Ele teria chegado a pedir aos guardas que o executassem onde estava, ao invés de transferi-lo para a prisão de Besi. Na Indonésia, os presos são executados por um pelotão de fuzilamento, e podem escolher se querem ficar de pé, sentados ou deitados.